Uma Breve Comparação entre Corantes Naturais x
Corantes Sintéticos
pela Análise do Ciclo de Vida das substâncias
A conscientização dos indivíduos e a importância de se tornarem
“consumidores responsáveis” é sem duvida o principal objetivo do chamado “consumo
sustentável” - o consumo de bens e serviços que promovam o respeito aos
recursos ambientais, de forma que este atenda as necessidades do presente, sem
comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações.
Esse trabalho
educativo é essencialmente político, pois implica na tomada de consciência do
consumidor, do seu papel como ator da transformação do modelo econômico em
vigor, em prol de um novo sistema, determinando uma presença mais equilibrada
do ser humano no planeta.
“O
consumidor é o ator da transformação, em suas mãos está o poder de exigir um
padrão de
desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente equilibrado”
(FURRIELA,
2001).
Logo, a sustentabilidade que buscamos deve ser construída
como um conceito sistêmico, relacionada com a continuidade da vida no planeta,
deve considerar os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade humana em sua dinâmica evolutiva, e refere-se à capacidade deste
modelo ou sistema em vigor se manter vivo, evitando que um dos seus setores venha
a aprofundar-se em crises, de tal forma que esta possa vir a atingir a
totalidade.
Este pensamento de inter-relação de todos os atores, elos e
elementos é importante para conseguirmos identificar os potenciais impactos gerados
no sistema de fabricação de um produto, por exemplo. E a melhor ferramenta que
temos para obter uma visão mais ampla do sistema de produção de bens de consumo
é por meio da Análise do Ciclo de Vida
(ACV) dos produtos em questão.
“O ciclo de vida de
qualquer produto inicia-se quando os recursos para sua fabricação são removidos
de sua origem, a natureza, e
finaliza-se quando o material transformado retorna para a terra.” (PRADO, NETO,
2011)
A ACV serve como suporte a tomada de decisões, porém deve
ser analisada em conjunto com dados de custos e desempenho para correta seleção
dos produtos avaliados.
Análise
do Ciclo de Vida
O estudo de Ciclo de Vida visa desenvolver uma avaliação sistêmica
das conseqüências sócio-ambientais associadas a vida de um produto. Ao quantificar
as descargas ambientais para o ar, água, e solo relativas a cada estágio do
ciclo de vida e/ou processos realizados durante a sua produção, podemos assim avaliar
os efeitos humanos e ecológicos, causados pelo seu consumo, seja para a
comunidade local, região e o mundo.
Ao comparar impactos ecológicos e a saúde humana entre dois
ou mais produtos e/ou processos rivais, podemos conhecer o balanço ambiental (ganhos/perdas)
associado a cada um dos produtos ou processos específicos, de modo que os atores
(estado, comunidade, industria, consumidor, etc.) possam fazer parte de uma
ação planejada para a sua “produção – consumo – descarte”.
Para auxiliar estes estudos é freqüente o uso de softwares como
ferramentas de apoio à coleta e compilação de dados, estes permitem uma melhor interpretação
dos processos e dados de cada produto. E para chegar a uma conclusão, precisamos
de um “inventário como base de dados” - desenvolvidos por centros de pesquisa
ou pelo próprio criador da ferramenta, que estabelecem parâmetros para estas
avaliações.
Assim o ciclo de vida de um produto deve ser estudado e
classificado em 05 fases básicas:
01. Pré-produção é a obtenção dos recursos
naturais utilizados para a sua fabricação;
02. Produção é o processamento destes
recursos para fazer o produto.
03. Distribuição e uso de embalagens,
inclui da fábrica-armazém-loja e o pacote ao consumidor.
04. Utilização referente ao uso do produto
e os efeitos que causam sobre o meio ambiente.
05. Eliminação, depende da natureza de cada
produto e do método adotado para sua eliminação.
A reciclagem de uma lata de alumínio gera menos problemas ambientais,
por exemplo, do que jogada no lixo. Objetos biodegradáveis pode ser
reutilizados, reciclados ou deixado para decomposição e assim retornar
nutrientes ao solo.
O papel reciclado é um bom exemplo, visto que a produção de
papel virgem utiliza uma quantidade enorme de energia e de produtos químicos e ainda
a derrubada de florestas para obtenção da polpa de celulose. Além de gerar
grandes volumes de chorume (liquido resultante da decomposição da madeira em
celulose).
A partir dos dados lançados no software escolhido, podemos
obter respostas para estruturar a analise do ciclo de vida de um produto, estes
aportam contribuições significativas para a identificação dos impactos ambientais
de cada fase, que incluem considerações relativas a: - Água; - Poluição e
Degradação do Solo; - Contaminação do Ar; - Ruídos; - O Consumo de Energia; - Consumo
de Recursos Naturais; - os Efeitos sobre os Ecossistemas - e dependendo do tipo
de produto estudado, os impactos podem ainda serem subdivididos em onze sub-itens,
abaixo listados:
01.
Se é gerado ou utilizado produtos cancerígenos,
02.
Emissões de substancias orgânicas,
03.
Emissões de substancias inorgânicas,
04.
Impacto sobre as mudanças climáticas,
05.
Emissão de radiação,
06.
Danos a camada de ozônio,
07.
Ecotoxicidade (substancias persistentes e
bioacumulação),
08.
Acidificação (pH) e Eutrofização,
09.
Uso da terra,
10.
Extração de minerais,
11.
Uso de combustíveis fósseis.
Devido a complexidade, este estudo precisa ainda refletir
exatamente a realidade do produto analisado, no contexto e localidade onde foi
produzido e onde será consumido. Desta forma devemos nos ater a peculiaridades que
existirão em relação: - à localização da unidade produtora, - quanto a origem
das matérias primas, sua composição, - quanto a geração de energia utilizada
para a sua transformação, fabricação, distribuição e consumo, entre outros
fatores que afetarão os resultados de cada produto estudado. No entanto, com a
escolha correta do método e ferramentas, é possível obter uma avaliação do
ciclo de vida tanto no contexto macro, quanto a nível local.
Um Alerta
ao Perigo dos Corantes Sintéticos
Embora nossa percepção nos diga que os corantes naturais
são mais seguros e menos prejudiciais do que os corantes sintéticos, em recente
campanha denominada "Confiança nos Têxteis" – de 2010, divulgada por uma
associação de fabricantes de corantes sintéticos, que tem por objetivo promover
seus produtos e divulgar o “mérito atual” destes fabricantes terem (finalmente)
eliminado de suas produções os corantes azóicos (AZO-Dyes), depois de os produzirem
por décadas, por estes serem agora considerados cancerígenos por agências
reguladoras, tanto na Comunidade Européia como nos EUA.
Foi a constatação de uma "epidemia" de câncer da
bexiga, identificada entre trabalhadores da indústria de limpeza a seco dos USA
nos anos 60, quem confirmou a suspeita de que alguns corantes sintéticos do
tipo “AZO” são extremamente perigosos a saúde humana. Em 1996, o Instituto
Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional (NIOSH) dos USA, realizou pesquisas com
1.708 homens e mulheres que haviam trabalhado por pelo menos um ano, antes de
1960, em empresas de limpeza a seco na área metropolitana e no entorno de cidades
como: New York; Detroit, Michigan; Chicago, Illinois; e Oakland, San Francisco,
Califórnia. O estudo concluiu que o contato com estas substancias coloridas
concentradas nas roupas, e o uso de solventes voláteis foram os principais
agentes que provocaram o surgimento de tumores. Como já comentado em outras postagens, pouco tem sido
divulgado sobre o resultado de estudos com testes toxicológicos em animais, de
cada um dos grupos de corantes sintéticos e suas conseqüências a longo prazo
para a saúde humana. No entanto, existem vários aspectos do ciclo de vida
destes
produtos químicos que necessitam ser conhecidos, o que possibilitará
fazermos uma adequada comparação destes, com os corantes naturais. Em base ao
conhecimento descrito acima sobre a ACV, vamos adotar para esta comparação, as cinco
fases principais relativas ao ciclo de vida destes compostos e tentar descrever
de forma clara as conseqüências ocultas de sua produção – utilização e descarte.
Fabricação
de corantes sintéticos
As principais matérias-primas para a fabricação de
compostos sintéticos coloridos são oriundas do: - Petróleo (Recurso Fóssil
Não-Renovável e de Difícil Biodegradabilidade), e para a melhor compreensão da
síntese destes produtos, faremos uma descrição sucinta de sua fabricação.
Inicialmente é importante esclarecer que: - uma substância química colorida ao absorver determinados comprimentos de onda, do espectro da luz visível, é capaz de refletir intensamente um destes, esta reflexão da luz que incide sobre a molécula, produz em nossos olhos, uma “cor”. Assim, a estrutura química tridimensional desta molécula que é capaz de gerar uma “cor” em nossos olhos, é chamada de cromóforo ou grupo cromógeno.
Os diferentes cromóforos da grande maioria dos corantes
sintéticos são obtidos a partir de síntese química e diversas reações destes compostos
químicos aromáticos (que possuem estruturas cíclicas de carbono) como o benzeno,
o tolueno, naftaleno ou o antraceno.
E para estes “compostos cíclicos de
carbono” constituírem um grupo cromóforo e serem doadores de uma “cor” especifica,
necessitam ser acoplados pelos seguintes radicais químicos:
azo (- N = N-),
carbonila (= C = O), duplo carbono (= C = C =), nitrogênio-carbono (> C = NH
- CH = N-), nitroso (- NO ou N-OH), nítrico (NO2 - ou = NO-OH) e o sulfeto
(> C = S, carbono-enxofre).
As matérias primas para a sua produção são plantas
tintoriais utilizadas há séculos pelos povos e culturas mais antigas de nossa
história material, o que comprova sua alta relação e afinidade com o homem.
Esta síntese química geralmente ocorre em um
reator (equipamento em aço inoxidável sob pressão), onde são acrescidos outros
aditivos para a produção do produto final – o corante sintético.
De forma geral, dependendo do tipo de corante sintético a
ser obtido, esta síntese pode envolver diferentes reações químicas como:
sulfonação, halogenação, aminação, diazotização e acoplamentos, seguidas por processos
de separação e purificação como: filtração, destilação, precipitação e/ou
cristalização.
Estes compostos orgânicos, tais como o naftaleno, reagem então
com ácidos ou substâncias alcalinas, juntamente com compostos intermediários
(entre eles os nitratos ou compostos sulfonados) para a formação de um composto
orgânico salino, e ainda, para facilitar a sua utilização, podem ocorrer misturas
a solventes ou agentes de solubilização para finalmente formar o corante a ser
comercializado.
Segundo o índice de cores da indústria têxtil alemã existem
mais de 800 corantes sintéticos e mais de 600 auxiliares e agentes de acabamento
destes.
Os "corantes sintéticos" podem ser classificados dependendo
de sua aplicação em: corantes ácidos, básicos, ao mordente, reativos,
dispersos, diretos, a tina, a solventes ou mesmo corantes alimentícios.
Em
postagem anterior (O Vestir da Cor II), você encontrará uma breve
descrição do impacto resultante de cada classe destes corantes. Um dado digno
de nota é que para produzir estes corantes e seus precursores, são utilizadas
grande quantidade de água, até 8.000 litros de água para cada quilo de corante
sintético, e esta após este uso torna-se contaminada.
E nós, Consumidores
de Cores Químicas
É sabido que os corantes sintéticos afetam o meio ambiente,
tanto durante a sua produção, quanto na sua utilização pela indústria têxtil.
Além de serem perigosos para o meio ambiente e os trabalhadores na indústria,
são muito perigoso para os consumidores. Como o exemplo dos corantes do tipo
AZO, já proibidos em países com leis ambientais e de saúde pública mais
avançadas como a Comunidade Européia e USA.
Segundo estudos científicos que estudam os “Impactos a
saúde humana causados pelo uso de corantes sintéticos”, já foi comprovado o
efeito alergênico de vários corantes sintéticos, em especial “O Preto Básico do
Mundo Fashion”, estes estudos apontam que: "A dermatite de contato em
têxteis é em geral subestimada, por não estar sempre presente na forma típica,
faltando um método de medição adequado para a sua normatização."
Entre os agentes alergênicos mais frequentes, estão os corantes têxteis do
tipo dispersos, usados para tingir tecidos de poliéster, especialmente aqueles
pertencentes ao grupo AZO (Disperse Blue-124, Disperse Blue-106, Disperse
Orange 1 e Disperse Yellow-3).
Ainda não está estabelecida relação causal direta de
produtos têxteis tingidos com corantes sintéticos com o câncer, mas existem
comprovações reais de que estes compostos químicos causam câncer ao serem
ministrados em animais de laboratório.
Por mais absurdo que possa parecer,
atualmente não há nenhuma lista de corantes sintéticos perigosos, existe apenas
uma lista de corantes sintéticos que contém aminas aromáticas cancerígenas, e o
seu uso está proibido apenas nos países do 1º mundo.
No Brasil não existe proibição de sua fabricação ou mesmo comercialização.
Por quê
corantes naturais ? (Por quê Tingir com Plantas)
Na verdade, os corantes naturais são, sem dúvida nenhuma,
produtos mais seguros, simplesmente porque não geram e nem contêm em sua
composição produtos químicos nocivos à saúde humana, e a grande maioria deles apresentam
propriedades fitoterápicas.
Muitos deles são utilizados como plantas medicinais, como a anileira (planta de
onde se obtém o azul índigo), a cúrcuma ou a romã.
Com matizes únicos, as cores dos corantes naturais transmitem
em sua estética, uma beleza incomparável, que não só nos chama a atenção pela
audiência de seu brilho, como a harmonia de suas combinações sempre
proporcionam tons e contrastes de cores impossíveis de serem alcançados com os
corantes sintéticos.
As cores naturais tornam-se hoje de grande valor e
importância para o consumidor consciente e é imprescindível para pessoas que
desenvolveram algum tipo de alergia a produtos químicos.
Ambiental
e socialmente sustentáveis
Os corantes naturais são obtidos a partir de recursos
renováveis, a grande maioria de origem vegetal e alguns poucos de origem
animal, todos são biodegradáveis.
A ainda podemos rebater algumas citações na
internet, que afirmam que “para a sua
utilização como tinturas para produtos têxteis, ser necessário o uso em
conjunto de mordentes tóxicos, sais de metais pesados como o cromo, estanho e o
cobre”, o que demonstra que estes autores não conhecem ou não dominam as
técnicas, as práticas corretas e ecológicas de suas aplicações no segmento
têxtil. Baseando-se apenas em argumentos superficiais gerados pelos fabricantes
de corantes sintéticos.
“A Etno Botânica em sua linha de produtos, tingimentos e estampas não produz nem utiliza tais mordentes tóxicos, além de usar apenas auxiliares têxteis de origem vegetal, biodegradáveis,oriundos de fontes renováveis de baixíssimo ou nenhum impacto ambiental”.
Quanto ao cultivo agrícola das plantas tintoriais, estas
plantas vem sendo cultivadas tradicionalmente em sistema de rotação de
culturas, como o índigo por exemplo, suas plantas são da família das leguminosas
fixadoras do nitrogênio a partir do ar, nutrindo o solo para a próxima cultura.
Além de que a grande maioria delas são perenes, permanecendo no solo por quatro
a sete anos, sem a necessidade de uma agricultura intensiva e de constante
movimentação do solo, evitando perdas significativas da “Vida do Solo”.
Os corantes
naturais oriundos de plantas tintoriais são fontes de emprego e renda para
diversos setores rurais dos países pobres ou em desenvolvimento, populações
tradicionais que dominam suas técnicas de cultivo e utilização transmitidas
entre gerações.
Breve Análise Comparativa do Ciclo de Vida entre
Corantes Naturais e Corantes Sintéticos
Fases
|
Corantes Naturais
|
Corantes Sintéticos
|
01. Pré-produção
|
Matérias primas de origem vegetal, biodegradáveis e
renováveis
|
Matérias primas derivadas da Petroquímica, não
biodegradáveis e não renováveis
|
Uso da Água
Degradação
do solo
Contam. Ar
Camada de Ozônio
Mudanças Climáticas
Uso de Recursos Naturais
Uso da terra
Extração Mineral de
Combustível fóssil
Substâncias Inorgânicas
Efeito sobre Ecossistemas
Ecotoxicidade
|
*Sim utilizam água no cultivo agrícola, irrigação e chuva
*Baixa degradação do solo, uso de rotação de culturas e
métodos biológicos
*Não existe contaminação do ar
*Não causa danos a camada de ozônio
*Baixo consumo de energia,
* Gera impacto positivo mudanças climáticas.
*Baixo consumo de recursos naturais.
*Uso racional da terra (agricultura biológica),
*Não realiza extração de minerais,
*Baixo consumo de combustíveis fosseis.
Não gera emissões de Substâncias Inorgânicas.
*Baixa poluição e nenhum efeito nocivo aos ecossistemas
Não utiliza nem gera ecotoxicidade, desde que utilize
métodos de agricultura biológica.
|
*Sim, alto consumo de água (industrial)
*Danos e contaminação do solo na extração do petróleo.
*Alta contaminação do ar, emissão de radiação e danos a camada de ozônio.
*Alto consumo de energia e causa grande impacto -
mudanças climáticas.
*Recursos naturais de origem não renovável.
* Uso de combustíveis fosseis.
*Processo com Alto risco poluidor (solo, ar e água).
*Alta emissão de substâncias orgânicas e gás natural.
* Grande impacto negativo sobre ecossistemas,
* Gera produtos cancerígenos e de Alta Ecotoxicidade (substâncias persistentes e causadoras de bioacumulação.
|
02.
Produção
|
Extração industrial que utiliza água e álcool como meio
ou base solvente
|
Reatores industriais que utiliza solventes de alto risco
a saúde e ao meio ambiente (COV’s- Compostos Orgânicos Voláteis.)
|
Uso Água
Contaminação do Ar
Camada de Ozônio
Consumo de Energia
Combustível fóssil
Substâncias Inorgânicas
Poluição
Substâncias
Orgânicas
Danos Ecossistema
|
*Baixo consumo de água, como veículo da extração
*Baixa contaminação do ar, CO2 e fuligem da caldeira
geradora de vapor.
Não causa danos a camada de ozônio.
*Baixo consumo de energia,
*Baixo consumo nas caldeiras, (lenha ou gás natural)
*Baixo consumo de combustíveis fosseis.
*Baixa emissão de substâncias Inorgânicas.
*Processo não gera poluição.
*Resíduos vegetais, retornam ao solo por compostagem.
*Processo não causa danos ao ecossistema, produção limpa.
|
*Alto uso de água que é contaminada no processo.
*Alta contaminação do ar, emissão de COV’s, queima de gás
natural.
*Causa danos a camada de ozônio.
*Alto impacto sobre mudanças climáticas. (efeito estufa).
*Gera e consome grande quantidade de combustíveis fosseis.
*Processo poluidor do ar, água e solo.
*Alta emissão de Substâncias Orgânicas.
*Alta Ecotoxicidade.
*Substâncias persistentes,
bioacumulativas e podem gerar eutrofização.
*Grande impacto negativo sobre ecossistemas, gera produtos cancerígenos.
|
03.
Distribuição
|
Não apresenta riscos no transporte, embalagens podem ser
reutilizadas e recicladas.
|
Alto risco de contaminação no transporte, as embalagens
não podem ser reutilizadas nem recicladas.
|
Contaminação do Ar
Camada de Ozônio
Consumo de Energia
Uso Recursos Naturais
Combustíveis fósseis
Substâncias Inorgânicas
Substâncias Orgânicas.
|
*Não causam danos ao ar nem a camada de ozônio.
* Não emitem radiações nocivas.
*Baixa pegada d carbono, produção e consumo regional.
*Baixo consumo de recursos naturais, as embalagens são retornáveis
e podem ser recicladas.
*Baixo consumo de combustíveis fosseis.
*Baixa emissão de CO2.
*Baixa poluição do ar pela emissão de substâncias Orgânicas (emissões
do transporte)
|
*Alto risco de contaminação do ar,
*Emitem radiação e danos a camada de ozônio.
*Alto consumo de energia e impacto negativo sobre
mudanças climáticas.
*Alta pegada de carbono, matérias primas importadas em
containers via marítima.
*Alto consumo de combustíveis fosseis.
*Alta pegada de carbono.Grande emissão de CO2.
*Alto risco de poluição caso haja acidentes ou
vazamentos.
|
04.
Utilização
|
São biodegradáveis, isento de riscos aos trabalhadores e
ao meio ambiente.
Sua taxa de esgotamento é de 80% e o corante residual pode
ser recuperado facilmente.
|
Não são biodegradáveis, de Alto risco para trabalhadores e ao meio ambiente.
Sua taxa de esgotamento é de 70% e os corantes residuais são de difícil recuperação.
|
Uso da Água
Contaminação do Ar
Efluentes líquidos
Danos aos Ecossistemas
Acidificação e
Eutrofização
|
*Sim utilizam água nos processos de tingimento, mas não a
contaminam.
*Baixa contaminação do ar, CO2 e fuligem da queima de
lenha na caldeira da tinturaria para a produção de vapor.
*Baixa carga de poluição, visto que seus efluentes não
são tóxicos, passíveis de reutilização e biodegradáveis.
*Não causam danos aos ecossistemas, não utilizam produtos
nocivos nem cancerígenos e são de fácil decomposição caso atinjam corpos
d’água.
*Não são causadores de acidificação ou eutrofização nos
meios aquáticos e/ou solo.
|
*Sim utilizam grande quantidade de água, tornando-as contaminadas.
*Contaminam o ar, o solo e a água, sua utilização causa
danos a camada de ozônio. Media contaminação do ar, CO2 e fuligem da queima de
lenha na caldeira tinturaria na produção de vapor.
*Alta carga poluidora, visto que seus efluentes são
tóxicos, de difícil reutilização e não biodegradáveis.
*Causam graves danos aos ecossistemas , são produtos
cancerígenos.
*São substancias persistentes e bioacumulativas na cadeia
alimentar caso atinjam corpos d’água e o solo.
|
05.
Eliminação
|
São produtos de fácil decomposição e eliminação,
retornando ao ciclo da vida por serem biodegradáveis.
|
São “xenobiontes” não existindo na natureza bactérias ou
fungos que os decompõem. Persistentes podem ser bioacumulados na cadeia
alimentar. Cancerígenos
|
Contaminação
do Solo e Ar
Consumo dos Recursos Naturais
Poluição de
Ecossistemas
|
*Não causam degradação nem contaminação do solo ou do ar.
*Sua eliminação não gera consumo de recursos naturais nem
combustíveis fosseis.
*Não poluem (solo,ar ou água).
*Não causam danos aos ecossistemas, nem a saúde humana.
|
*Após seus efluentes serem tratados nas ETE’s (Estação de
Tratamento de Efluentes), estes compostos persistem no “lodo industrial” e
contaminam o solo no local onde foram descartados.
*São tóxicos e agentes da poluição (solo,ar,água).
*Causam graves efeitos nocivos aos ecossistemas, podendo
se acumular nos organismos vivos e entrar em nossa cadeia alimentar causando
câncer e outras enfermidades graves.
|
Na comparação acima, não detalhamos o que acontece com
estes compostos apos a venda dos têxteis coloridos, quando estão em uso pelos
consumidores.
Uso
diário e cuidados
Já comentado os casos de dermatite de contato e risco de
câncer aos profissionais que trabalham em “lavagem a seco”, devido ao
desprendimento destes compostos e volatilização dos solventes como o
Percloroetileno, agente de limpeza a seco.
Estes solventes também são compostos
de alto risco a saúde humana.
Além do desprendimento dos corantes sintéticos devido ao
desbotamento das cores pelas sucessivas lavagens, outros químicos utilizados
nos processos de tingimento também são desprendidos, como fixadores a base de
formaldeído também tóxico e nocivo a saúde humana.
Estes compostos persistentes são diariamente descartados
para os esgoto doméstico, junto com detergentes e amaciantes de baixa
biodegradabilidade. E aqui inevitavelmente, somos nós os agentes poluidores de
nossos rios e corpos d’água.
Concluo esta postagem com um apelo aos leitores e
consumidores,
“- Está em nossas mãos a escolha, a partir do momento que
passamos a ter consciência, sobre os riscos a sociedade e os danos ao meio
ambiente, causados pelo uso indiscriminado destes compostos nocivos e de sua
alta toxicidade a natureza.
Fica aqui a pergunta:"Até quando vamos assistir calados aos graves problemas ambientais e a saúde humana, causados pelos corantes sintéticos e químicos perigosos ?”
Eber Lopes Ferreira